MIU entrevista: Holger

A banda Holger, atração do dia 26/08 do Festival Goma, surgiu de um projeto musical chamado That's All Folks, que reunia amigos de diferentes bandas para tocar músicas com doses de Country, Folk e Indie Pop. Nesse projeto, as canções eram tocadas sem muito ensaio, sempre de forma espontânea. Depois de muitas composições gravadas e com um enorme potencial ainda a ser explorado, a banda mudou de nome e como Holger gravou seu primeiro EP, chamado The Green Valley, em 2008, no qual fizeram releituras de canções da antiga banda, sem perder o ar de frescor e o clima animado. Esse trabalho trouxe bons frutos para a banda que foi uma das representantes brasileiras no gigante festival norte-americano South by Southwest além de ser indicada ao prêmio VMB 2009 da emissora MTV, nas categorias Rock Alternativo e Aposta MTV.

Foto por TATU

Uma peculiaridade da banda, é que os integrantes se revezam nos instrumentos durante as composições e também no palco. A versatilidade dos instrumentistas se reflete no experimentalismo e na diversidade de estilos notados nas músicas. O som faz lembrar em muitos momentos a confusão sonora detalhada do Animal Collective, os riffs de guitarra do Modest Mouse e as batidas fortes do Why?. Mas ritmos nacionais também se misturam ao Indie Rock e são uma marca forte da banda.

O disco novo, chamado Sunga, sai agora nesse mês de Setembro, e os Uberlandenses têm a chance de conferir um aperitivo dele no Festival Goma.

Por enquanto, confira a entrevista que fizemos com eles:

A música do disco novo que vocês disponibilizaram "Let'em Shine Below" parece incorporar ainda mais estilos do que os notados no EP. Isso é uma crescente para a banda? Podemos esperar ainda mais novidades pra esse disco?

Sim, o disco é um resultado de termos aberto nosso gosto musical. O indie rock continua presente, mas divide espaço com o pop, techno, dancehall, axé, rap e outras tantas influências que incorporamos durante esse o processo criativo. A Let'em Shine below talvez funcione como um trailer do disco incorporando um pouco de cada música que vai estar lá. Ela foi a última música a ser feita e talvez por isso ela tenha esse efeito

Let'em shine bellow improvisada ao vivo em uma mesa de buteco

Vocês já vêm tocando as músicas do disco novo nos shows? Como está sendo o processo de adaptação delas para a execução ao vivo?

Sim, já estamos tocando boa parte delas há mais de um ano. A maioria sofreu alterações radicais ao entrar pro disco. Durante o processo de mixagem, Roger, nosso produtor, as modificou muito. Algumas coisas ainda estamos adaptando, outras não vão rolar. Sempre acreditamos que existem duas bandas, a do disco e a do show. Quem vai no show ouve as músicas do disco só que tocadas de maneiras diferentes. Não são menos ou mais legais, só diferentes. Quando vamos para o estúdio a última coisa que pensamos é no show, então sempre acabamos colocando vocais, guitarras, ruídos, vozes a mais...no show é mais cru, mais rápido...

Quais os pontos positivos e negativos desse rodízio de instrumentos que vocês fazem?

Acho que o único ponto negativo que existe é o tempo que levamos para revezar instrumentos durante os shows. De resto só vemos vantagens...cada um tem suas particularidades em diferentes instrumentos, revezando conseguimos alcançar diferentes sonoridades da banda a cada música.

A música The Auction ganhou um belo clipe, mas foi o único da banda até agora. Tem mais produções desse tipo vindo por aí junto com o disco novo?

Já gravamos o clipe da Let'em Shine Below. Vamos lançá-lo dia 21 de agosto.O clipe explora um dos pontos mais frequentados pela banda, a Ilhabela. Muito suor, carne e axé...Foi dirigido por Chico Pedreira (Geral Filmes) e pelo Tché (Holger), numa aventura chocolate da Bahia. Logo mais terão outros...

Clipe da música The Auction

Recentemente temos visto o surgimento de bandas que parecem prontas para estourar na gringa. A Holger é uma delas, tanto que em pouco tempo de banda já foram convidados para o South by Southwest. Vocês consideram bom o fato de serem encarados por muitos como uma "banda para exportação" ou isso acaba incomodando?

Nem um pouco. O que me incomoda é as pessoas dividirem a música como exportação, nacional etc. Música é música, não tem que ter fronteiras. Listas de final de ano dividindo discos nacionais e internacionais são a maior cretinice do mundo, é como se a música feita aqui estivesse em outra categoria. Jorge Ben me comove tanto quanto Larry Levan.

Em maio desse ano, a banda Porcas Borboletas, daqui de Uberlândia, dividiu o palco com vocês aí em São Paulo, no programa Experimente do canal Multishow. Agora, vocês são atrações do mesmo dia no Festival Goma. Prontos pra retribuir a visita? Fale um pouco da expectativa pra esse show.

Legal tocar de novo com o Porcas. Queremos experimentar a vida deles. Beber o que eles bebem, comer o que eles comem e curtir uma noite sem limites. Vai ser "A Inquisição Mineira # 2, a volta". Basta saber quem vai ser o Tiradentes e quem vai virar o Aleijadinho...

Vídeo da apresentação do Holger na dobradinha com o Porcas Borboletas

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Postado às 12:46 quinta-feira, 19 de agosto de 2010