MIU Entrevista: Finlandia, o duo que vale por mil


Sábado passado, dia 4/12, o MIU esteve no Festival Marreco de Patos de Minas e aproveitamos pra entrevistar o duo Finlandia, que se apresenta pela segunda vez em Uberlândia sábado que vem, dia 11/12, no Vinil.

O show foi incrível e certamente roubou a atenção do público. Nem o dia chuvoso conseguiu desanimar a galera que pulou como poucas vezes vemos nos festivais. Confira a entrevista logo abaixo e conheça a banda em www.finlandiamusica.com.

Foto: divulgação

A banda é formada por um brasileiro e um argentino e o nome é Finlandia. De onde vem isso?

Maurício: O nome é porque na Finlandia a música tem uma característica melancólica, um pouco dramática. Então a imagem que o país Finlandia nos passa é essa.

Raphael: E tem uma língua chamada Finklandia que quer dizer música de viajante. Saiu até uma nota na Argentina falando disso. Que é o prefixo fink. E tem tudo a ver com a gente, porquê nós não paramos de viajar.

O som de vocês é bastante experimental com uma mistura entre o eletrônico e a música folclórica. Vocês usam instrumentos eruditos, no caso o violoncelo, populares, como o acordeon, e moderno, que seria as programações. Como é essa mistura?

Raphael: A gente fica até meio preocupado em entrar no palco em festivais como aqui no Marreco, no Calango, que foi praticamente palcos de música que tinham bandas com guitarra. Claro que tem uma diversidade muito grande. Hoje em dia o público é muito mais eclético. Mas a gente sempre fica com um friozinho na barriga. A gente pensa: ta rolando um rock e agora a gente vai entrar com uma Cumbia. O que vai acontecer? A gente nunca sabe. Mas a aceitação está sendo boa, até porque é um projeto instrumental. Então a gente até se surpreende por estar conseguindo se bancar, fazer turnê e tudo mais. Vamo ver onde isso tudo vai dar. Mas eu vejo também muitas bandas instrumentais se dando muito bem. Acho que o mercado pra música instrumental está crescendo muito no independente, que é muito dependente. Então vamo ver onde isso vai dar e se divertir, porque é isso que importa.

As vezes uma associação mais óbvia é com o Tango Eletrônico, e o maior expoente do gênero é o Gotan Project. Então como vocês vêem essa aproximação do Finlandia com o Gotan?

Maurício: O tango eletrônico é sim uma influência. Gotan Project é mais conhecido. Mas existe muitas outras bandas de tango eletrônico que tem na Argentina e na Europa.

Raphael: Certamente essas são uma influência pra nós. A música folclórica nos atrai muito também. Música folcórica digamos tradicional também combinada com o eletrônico. Fazer essa fusão e colocar o violoncelo que é um instrumento erudito, com um timbre muito erudito. Tinha um cara alí querendo me reger sinalizando com as mãos. Então é um instrumento que trás essa carga visual e sonora.

Esse tanto de estilo folcórico fundido no som de vocês mostra um comprometimento com o estudo das músicas populares, a busca de sonoridades e influências. E até mesmo o estudo erudito, no caso do violoncelo. Como é esse processo?

Raphael: A gente ta bem preocupado com isso. Em analisar bem os ritmos. Até porque a gente passou por alguns países e presenciamos alguns ritmos maravilhosos que eu particularmente não conhecia, que é o Huayno do norte argentino e vários outros. A gente é muito preocupado em focar aí pra daí fazer a fusão.

A banda agora ta vivendo na estrada. Desde julho foram mais de 50 shows. Como está sendo essa experiência?

Maurício: É difícil. Não voltar pra casa é complicado.

Raphael: A gente começou dia primeiro de julho lá no Chile e a idéia era fazer dez shows. E chegou hoje a 54. Mas é o que eu estou sempre falando. A gente vai passar o natal em casa com a família. Porque estamos a seis meses viajando. A cara de cansado não nega. E que bom né.

Maurício: Que bom mesmo. Porque é difícil poder fazer isso tocando música instrumental.

Vocês já tem um EP e um CD. Quais os planos pra frente?

Raphael: A gente ta muito feliz com os planos que estão acontecendo para o próximo ano. Tem muita coisa que estamos planejando mas primeiro a idéia é lançar um novo CD que chama Carnavales, que vai ser lançado em março, e vai abranger carnavais da américa do sul. Carnaval da Bolívia, do Uruguai, carnavais que a gente pode dar uma olhada e tem uma outra veia, que não é tão folia como no Brasil, mas que é muito profundo, até dramático. Eles tem uma vestimenta própria, usam máscaras. E a gente quer trazer um pouco disso. Estamos estudando os ritmos e vai entrar alguns como Saya, Baguala, que são ritmos aí dos nossos países vizinhos que a gente mal conhece. E o bom desse disco é que estamos conseguindo várias participações muito legais. Não vou divulgar agora porque ainda não estão gravadas, e só acredito quando estiverem gravadas. Mas estão confirmadas participações muito legais do Brasil, do México, da Argentina, do Peru, de Cuba e do Chile. Aí pro próximo ano outra turnê dessa gigantesca, mas vamos passar o natal em casa. (risos)

Fica o espaço pra qualquer assunto que queiram abordar.

Raphael: Tem muita musicalidade legal dos nossos países vizinhos aqui, da Bolívia, Uruguai, e a gente não conhece. Eu também não conhecia. Conheci nesse projeto um ritmo que eu fiquei apaixonado que é o Huayno. E tem muitos outros maravilhosos. Igualmente do outro lado. Eles não conhecem muita coisa daqui. E a gente tem uma riqueza gigantesca. Eu queria que as pessoas procurassem mais conhecer os países vizinhos. E eles também. A gente tem a ciranda que é maravilhosa, o maracatu. E eles tem a Saya, Copla, Baguala, Huayno que são ritmos maravilhosos também. Vale a pena dar uma pesquisada e escutar esses sons.

Sábado o show é em Uberlândia. Que mensagem vocês querem mandar pro pessoal?

Raphael: Apareçam no Vinil mas vá com vontade de dançar. Se não tiver com vontade de dançar tome um energético, sei lá, uma bomba pra poder dançar muito.

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